Título do Trabalho
DINâMICA DAS FLORAçõES DE DIATOMáCEAS NA REGIãO DA PENíNSULA ANTáRTICA
Autores
RAUL RODRIGO COSTA, CARLOS RAFAEL BORGES MENDES, RODRIGO KERR DUARTE PEREIRA, TIAGO SEGABINAZZI DOTTO, VIRGINIA MARIA TAVANO
Modalidade
Resumo
Área Temática
1 BIODIVERSIDADE, FILOGENIA E ECOFISIOLOGIA
Data de Publicação
26/11/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
http://sbfic.org.br/anais_show/142
ISSN
Aguardando...
Palavras-Chave
Oceano Austral, Península Antártica, Estreito de Gerlache, Fitoplâncton, Diatomáceas, Alterações Climáticas
Resumo
O Oceano Austral é caracterizado por uma larga área associada a consideráveis variações sazonais e interanuais em função do congelamento e degelo. Em consequência, os parâmetros físicos e químicos da água sofrem mudanças abruptas ao longo do ano, influenciando significativamente nas comunidades biológicas, em especial o fitoplâncton, o principal produtor primário dos oceanos que constitui a base das cadeias tróficas marinhas. Dessa forma, a estrutura das comunidades fitoplanctônicas influenciam significativamente a dinâmica ecossistêmica, em particular as florações de diatomáceas que são a principal fonte nutritiva do krill antártico – espécie chave do ecossistema antártico. O Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes (GOAL), por meio do Laboratório de Fitoplâncton e Microrganismos Marinhos da FURG, vem atuando ao longo dos últimos anos na região da Península Antártica, realizando estudos sobre a dinâmica das comunidades de fitoplâncton e sua relação com os parâmetros ambientais. No ano de 2016, em particular no Estreito de Gerlache, foi detectada uma peculiaridade em relação aos anos anteriores, onde foram registradas concentrações de Clorofila a (Chl a) com valores próximos a 60 mg m-3, e associados a uma dominância de diatomáceas. Essa discriminação de grupos foi realizada através de métodos quimiotaxonômicos, e complementados por observações microscópicas, permitindo assim identificar uma predominância da diatomácea cêntrica Odontella weissfloggi (> 70 μm em comprimento). Adicionalmente, foram determinadas as frações da biomassa por classes de tamanho [microplâncton (> 20 μm), nanoplâncton (2-20 μm) e picoplâncton (< 2 μm)] através de um fracionamento em série utilizando-se um sistema de filtros que permitiu fazer este tipo de separação. Com esta abordagem, foi possível constatar uma dominância da classe do microplâncton associada à presença quase exclusiva (> 95 % da biomassa) das diatomáceas. Nas demais classes de tamanho, apesar de uma dominância significativa das diatomáceas, registrou-se uma maior diversidade pigmentar e, consequentemente, de grupos fitoplanctônicos, principalmente flagelados como as criptófitas e a Phaeocystis antarctica. Essa situação de massiva floração esteve relacionada com as condições hidrográficas (estabilidade da coluna d’água e profundidade da camada de mistura) da região, que permitiram uma favorável disponibilidade de nutrientes e luz. Além disso, foi avaliado o grau de pressão de pastagem pelo zooplâncton, estimada neste trabalho por um índice pigmentar baseado nas concentrações dos produtos de degradação da Chl a. Será ainda discutido o potencial impacto destas florações na dinâmica dos fluxos de CO2 (bomba biológica) na região, em uma perspectiva de alterações climáticas.