Título do Trabalho
UM TÁXON COM SISTEMA DE RAFE PECULIAR EM EUNOTIALES (BACILLARIOPHYCEAE) E O USO DESSA ESTRUTURA NA DELIMITAÇÃO DE GÊNEROS
Autores
LUíS GUSTAVO DE CASTRO CANANI, DáVIA MARCIANA TALGATTI, SéRGIO DE MELO
Modalidade
Resumo
Área Temática
1 BIODIVERSIDADE, FILOGENIA E ECOFISIOLOGIA
Data de Publicação
26/11/2018
País da Publicação
Brasil
Idioma da Publicação
Português
Página do Trabalho
http://sbfic.org.br/anais_show/112
ISSN
Aguardando...
Palavras-Chave
Água doce, Amazônia, Diatomáceas, Filogenia, Taxonomia
Resumo
Estudos recentes sobre a filogenia das Bacillariophyceae apontam para a monofilia da ordem Eunotiales. Morfologicamente, este grupo difere das demais diatomáceas por possuir sistema de rafe e rimopórtulas, embora essas últimas possam estar ausentes em algumas poucas espécies. O sistema de rafe é normalmente restrito aos ápices valvares, e a dorsiventralidade é a regra entre os seus representantes. Nas duas últimas décadas vários estudos reanalisaram materiais tipo amazônicos de coleções importantes, como a de Hustedt. Ao mesmo tempo, o número de especialistas aumentou no Brasil e no mundo, e coletas têm sido realizadas em regiões subamostradas. As novas investigações, juntamente com os estudos sobre a ultraestrutura de táxons previamente conhecidos, revelaram detalhes morfológicos que têm sido usados para justificar a proposição de novos gêneros para a ordem Eunotiales. No entanto, a delimitação dos gêneros em Eunotiales ainda está em debate, e não é consenso entre os especialistas. Entre as características diacríticas utilizadas está o sistema de rafe, que apresenta variações quanto à posição, forma e tamanho, entre os membros desta Ordem. Este estudo apresenta um táxon que possui sistema de rafe único entre os membros de Eunotiales, e pretende contribuir para a compreensão da relevância dessa estrutura na proposição de novos gêneros. Os indivíduos analisados nesse estudo ocorreram em amostras perifíticas coletadas no reservatório Curuá-Una e nos lagos Jurucuí e Itapari, na região de Santarém - PA. Os três ambientes são lênticos, com pH ácido e baixa condutividade. As amostras foram oxidadas e observadas em microscopia óptica e de varredura. Um táxon encontrado possui em comum com as outras Eunotiales a presença concomitante de rafe e rimopórtulas (uma em cada ápice valvar). O contorno valvar é fragilarioide, com dorsiventralidade muito sutil, e assemelha-se à Peronia braunii (Hustedt) Costa et al., táxon até recentemente pertencente ao gênero Fragilaria Lyngbye. O sistema de rafe é sigmoide, como em Eunotia Ehrenberg e Actinella Lewis, porém encontra-se inteiramente localizado na superfície valvar, como em Peronia Brébisson & Arnott ex Kitton e Eunotioforma Kociolek & Burliga. A posição e formato do sistema de rafe pode sugerir uma condição intermediária entre a simetria com relação ao eixo apical, com rafe mediana e reta, presente em Peronia, e a forte dorsiventralidade, com rafe sigmoide e localizada principalmente no manto valvar, observada em Eunotia e Actinella. Também merece atenção e, na nossa opinião, revisão, a ideia de que a família Peroniaceae ocupe posição basal no clado das Eunotiales